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Ingá-vermelho da casa do Dr. Hermes Moreira de Souza, pesquisador científico pioneiro do IAC
O trabalho de educação ambiental desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) acaba de completar 40 anos de atividades. Iniciado em 1978, o trabalho é um dos mais importantes do país no que diz respeito à informação e à formação de pessoas acerca da agricultura e do meio ambiente, em sua maioria crianças e adolescentes.
Entre outras atividades, o trabalho engloba exposições, eventos e palestras sobre educação ambiental junto às escolas públicas e privadas da região metropolitana de Campinas e diversos espaços abertos à comunidade. O objetivo, segundo o técnico de apoio Francisco de Assis, um dos coordenadores do programa “O Jardim Botânico vai à Escola”, é “formar uma nova mentalidade nas futuras gerações e nas diversas instituições envolvidas com a agricultura”.
Se o objetivo ainda não fui cumprido em larga escala, principalmente pela falta de um maior aporte que permita ao projeto se tornar política pública em todo o estado de São Paulo, pode-se dizer que ajudou a desenvolver propostas pedagógicas que mudaram – inclusive fisicamente – várias escolas de Campinas. Tal mudança se deu, entre outros fatores, por meio da criação coletiva de jardins modelos, nos quais alunos e professores trabalham os conhecimentos transmitidos pelos técnicos do IAC e aguçam a consciência sobre a botânica na vida das pessoas.
Na sede do Coral Pio XII, por iniciativa particular, foi construído o primeiro jardim modelo, com inspiração nas coleções e na filosofia estabelecidas pelo pioneiro Dr. Hermes Moreira de Souza, no IAC. Com três mil metros quadrados e mais de 200 espécies arbóreas raras, foi projetado como modelo para reaproximar as pessoas da natureza com atividades educacionais. Posteriormente, em parceria com o Colégio Parthenon, o espaço passou a ser aproveitado para estudos e atividades lúdico-pedagógicas. Recentemente o jardim foi tombado pelo Condepacc.
Segundo a Associação dos Amigos do Jardim Botânico do IAC, fundada em 2005, o maior obstáculo para que o trabalho de educação ambiental possa alcançar um número maior de pessoas e colaborar de modo mais incisivo na condução de uma nova mentalidade e prática nos modos de preservar os solos e as plantas nativas, está na falta de reconhecimento das empresas privadas e de maior atenção do Estado à importância do projeto.

Saiba mais sobre o Jardim Botânico do IAC

O IAC tem 131 anos, mas as coleções de árvores cultivadas pelo instituto começaram a ser organizadas a partir de 1960, pelo pesquisador Hermes Moreira de Souza. Essas coleções compreendem cerca de 4 mil espécies de árvores e 500 de palmeiras, a maioria florescendo e produzindo frutos e sementes. Pode ser a maior coleção de árvores cultivadas no Brasil. Segundo Francisco de Assis, técnico de apoio do IAC, “sabemos muito pouco sobre árvores que são organismos de grande complexidade, que podem viver entre centenas e até milhares de anos e, além disso, a flora brasileira é uma das mais ricas do mundo, diversidade. Isso está relacionado a uma imensa rede de organismos interdependentes, incluindo as pessoas”.
Essas coleções sempre foram a base para o desenvolvimento de outras coleções, trabalhos de reflorestamento e recomposição, enriquecimento da arborização urbana e projetos paisagísticos, ações imprescindíveis ao conhecimento e perspectiva de preservação do que ainda existe.
O trabalho educacional no Instituto Agronômico foi desenvolvido a partir da constatação da urgência de compartilhar este conhecimento, para respeitar e conservar parte do mundo vegetal do Brasil e de outros países. Começou a ser delineado em 1978. Evoluiu com os projetos “O Jardim Botânico vai à Escola e o Natureza e Arte”, e atualmente, com a Associação dos Amigos do Jardim Botânico do IAC, está em cartaz uma exposição itinerante de painéis com imagens de detalhes de plantas, produzidos em parceria com a revista Terra da Gente. Essa exposição tem percorrido instituições e escolas.
Também são realizados rodas de conversa com estudantes e comunidades para prestar maiores esclarecimentos e informações. A partir dessas ações, o IAC propõe a construção participativa de jardins constituindo coleções com função de ensino e conservação.
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