JB

O Movimento Lute pela Floresta e a Associação de Moradores e Amigos da Água Funda realizam hoje (13), às 11 horas, mais um ato de protesto contra a privatização do Jardim Botânico, do Zoológico e do Zoo Safari, compreendidos na área do Parque Estadual Fontes do Ipiranga, também conhecido como Parque do Estado. Segundo projeto de lei do Executivo, aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo este ano, a administração desses complexos de lazer e pesquisa será concedida à iniciativa privada pelo período de 35 anos.

Uma das preocupações dos moradores está no fato de que a área compreendida no projeto de concessão corresponde a 20% do Parque, o equivalente a 5 quilômetros quadrados, onde está situado o maior fragmento de Mata Atlântica da região metropolitana da capital paulista.

Além dos moradores, servidores públicos e organizações de cientistas e pesquisadores participam e endossam os atos contra a privatização da área, por temer que a exploração privada, além de impactos ambientais causados pelo aumento do fluxo de carros, possa causar também prejuízos à autonomia dos institutos de pesquisa.

“É preciso deixar claro que Jardim Botânico, Zoológico e Zoo Safari não são apenas espaços de lazer e turismo, mas centros de pesquisa com revelantes trabalhos desenvolvidos em prol da sociedade”, diz a Dra. Cleusa M. Lucon, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que integra e apoia o movimento.

Ela cita que o Jardim Botânico, por exemplo, pertence ao Instituto de Botânica e é utilizado pelos pesquisadores como fonte de pesquisas, além de oferecer cursos de pós-graduação em Biodiversidade e Meio Ambiente, e de iniciação científica – programas que formaram mais de 800 alunos nos últimos anos. A manifestação acontecerá na entrada do Jardim Botânico (Avenida Miguel Stéfano, 3686, São Paulo). Leia abaixo as justificativas dos organizadores do ato e clique aqui para mais informações.

Por que somos contra a privatização?

O PEFI possui o maior fragmento de Mata Atlântica inserido na região metropolitana de São Paulo. Possui as nascentes do riacho do Ipiranga, o Jardim Botânico, o Instituto de Botânica e uma fauna silvestre diversa além de espécies ameaçadas de extinção. A exploração é uma ameaça a uma das última florestas na cidade de São Paulo.

O Jardim Botânico de São Paulo não é um parque e sim um espaço de preservação da biodiversidade botânica paulista, área de experimentação científica ambiental e visitação para fins educativos e contemplativos.

A concessão poderá afetar a autonomia para a realização das pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Botânica.

A importância do Instituto de Botânica para a sociedade não se expressa somente através do número de visitantes do Jardim Botânico, mas pela expressiva importância da instituição como centro de formação, treinamento e formação de recursos humanos aptos a atuarem nas políticas públicas de meio ambiente, saúde e educação em todo o país.

A concessão além de aumentar o valor dos ingressos do zoológico, dificultando o acesso da população a esse espaço poderá significar uma ameaça ao bem estar dos animais.
O valor que o Governo afirma que irá economizar (R$ 4 milhões/ano) é insignificante (0,0017%) diante do orçamento do estado que é de R$ 230 bilhões para 2019 e não justifica a concessão.

Para o bairro da Água Funda problemas podem ser ampliados como o descarte ilegal de lixo, a poluição e o trânsito, pois nenhum estudo de impacto do meio foi realizado para aprovação desta privatização.

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