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Foi realizada ontem (9), no anfiteatro do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a entrega da Medalha Alba de Campos Lavras ao engenheiro agrônomo Aldir Alves Teixeira. A medalha é a maior honraria concedida pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) aos profissionais que se destacam na defesa da pesquisa científica no Estado de São Paulo e no Brasil.

Aos 94 anos de idade, a pesquisadora aposentada Alba de Campos Lavras, que dá nome à honraria, enviou mensagem por escrito em que justificava sua ausência por motivos de saúde e parabenizava Dr. Aldir Alves Teixeira pelos serviços prestados à ciência paulista. O presidente da APqC, João Paulo Feijão Teixeira apresentou o homenageado dizendo se tratar de um pesquisador que “dedicou toda a sua vida ao fomento da qualidade de produção do café brasileiro.”

Aldir Alves Teixeira formou-se engenheiro agrônomo em 1959 e obteve o título de Doutor em Agronomia em 1972, pela ESALQ. Trabalhou na Seção de Classificação e Degustação de Café, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, a partir de janeiro de 1960. De agosto de 1966 a novembro de 1983, prestou serviço ao antigo Instituto Brasileiro do Café. Reassumiu o cargo no Instituto Biológico, em 1983, e aposentou-se em 1992, mesmo ano em que abriu a empresa Assicafé, da qual foi diretor até 2014.

Em entrevista, Aldir explicou que a partir da década de 1990 as características do café brasileiro mudaram para melhor e o produto passou a ser reconhecido mundialmente como um produto de qualidade. Um dos motivos que promoveu a melhoria da produção foi a comercialização direta com empresas estrangeiras, que pagavam um preço mais alto pela qualidade. “A partir desse momento, começamos a fazer campanhas de qualidade do café para mudar a mentalidade dos produtores.”, disse.

Como engenheiro agrônomo, Aldir passou a orientar os cafeicultores a tomarem cuidados específicos para garantir a qualidade do café, como não amontoar os grãos, a levar os grãos para o terreiro no mesmo dia da colheita, a lavar o café no tempo certo, entre outros. “Quando o cafeicultor aprende que pequenos detalhes fazem a diferença, a qualidade do produto aumenta e ele não volta a fazer como antes.”, afirma.

Em 1991, o pesquisador foi convidado pelo empresário italiano Ernesto Illy a organizar e presidir o Concurso de Qualidade de Café no Brasil, um dos mais importantes do gênero no País. Ao longo de 30 anos, o Prêmio se tornou um evento marcante do calendário da cafeicultura nacional e uma grande ferramenta de incentivo para a produção de cafés de qualidade sustentável em solo brasileiro. Aldir Alves Teixeira exerceu papel fundamental neste processo.

O homenageado, que em 2015 foi considerado o “Engenheiro Agrônomo do Ano” pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp), usou da palavra para agradecer a honraria recebida e lembrou que a entrega da Medalha Alba de Campos Lavras acontecia “na casa de Alcides de Carvalho”, histórico pesquisador e agrônomo com quem ele teve a honra de trabalhar no IAC. Citou ainda um de seus grandes legados: os pés de café do Instituto Biológico, em São Paulo, que foram plantados por iniciativa dele, no passado, e hoje estão compreendidos em uma área considerada a maior lavoura urbana do mundo.

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