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Após a aprovação da CoronaVac para crianças e adolescentes de seis a 17 anos em janeiro de 2022 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que foi fundamental para ampliar a proteção do público pediátrico, a grande preocupação agora é com os menores de cinco anos, que ainda não receberam nenhum imunizante contra a Covid-19 e por isso estão mais suscetíveis à doença. O Butantan já solicitou à Anvisa em março a autorização da CoronaVac para crianças de três a cinco anos, com base em ensaios clínicos de diferentes países, e está trabalhando para submeter dados complementares à agência.

Só entre janeiro e abril, morreram 240 crianças brasileiras abaixo dos cinco anos, incluindo menores de um ano, devido à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pela Covid-19. Os óbitos em crianças de um a cinco anos dobraram em relação ao mesmo período do ano passado: de 52 para 103, segundo dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. As hospitalizações por Covid-19 têm sido altas nesse público, com 5.841 crianças internadas entre janeiro e abril – quase duas vezes o número observado no mesmo período do ano anterior.

As crianças mais novas também são as mais afetadas pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma condição grave e letal associada à infecção pelo SARS-CoV-2 que já acometeu 1.703 brasileiros. Entre os óbitos por SIM-P, a maior parte ocorreu em crianças de um a quatro anos (28,3%/n = 32), cinco a nove anos (25,7%/n = 29), 10 a 14 anos (19,5%/n = 22), menores que um ano (18,6%/n = 22) e de 15 a 19 anos (8,0%/n = 9).

Em setembro de 2021, os casos de SIM-P chegaram a cair, mas voltaram a aumentar em janeiro de 2022 em meio à alta circulação da variante ômicron. O surgimento natural de variantes mais transmissíveis torna urgente a necessidade de vacinar crianças de todas as idades para mitigar a transmissão do coronavírus.

Eficácia e segurança da CoronaVac a partir dos três anos já é comprovada

Um dos principais indicadores da segurança da CoronaVac para crianças é que a dosagem pediátrica é a mesma que é aplicada em adultos, causando poucos e leves efeitos adversos em ambos os públicos – ou seja, não foi necessário reduzir a dose para os mais novos, como observado em outras vacinas. Além disso, o imunizante já se mostrou altamente imunogênico na população pediátrica, inclusive contra as variantes. Um recente estudo chileno de mundo real com 500 mil crianças de três a cinco anos que tomaram CoronaVac mostrou uma efetividade de 69% contra internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 64,6% contra hospitalização pela Covid-19, mesmo durante o surto de ômicron no Chile. Mais estudos sobre a eficácia do imunizante em crianças podem ser acessados no Dossiê CoronaVac (aqui).

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