cleusa apqc

A presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), Cleusa Maria Lucon, participou ontem (2) da mesa de debates “A Política de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo e sua interface com as universidades e institutos públicos de pesquisa”.

O evento, que aconteceu na sede da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), foi dividido em duas mesas e contou também com a presença de César Minto (Adusp), João Paulo Porsani (SinTpq) e Ros Mari Zenha (CRE/IPT); e Carlos Neder e Beth Sahão (deputados estaduais), Mariana Moura (Coletivo Cientistas Engajados) e Wagner Romão (Adunicamp).

Em sua exposição, Cleusa Lucon fez um balanço da atual situação dos Institutos de Pesquisa face ao congelamento dos recursos governamentais. Um dos principais problemas apontados pela ApqC foi quanto à gradativa diminuição dos recursos financeiros. “Desde 2011 que temos tido acesso a montantes abaixo do adequado para a continuidade de diversas pesquisas e atividades desenvolvidas nos institutos”, disse a presidente. Ela citou que, em 2016, foi aplicado apenas 0,374% do orçamenti total do Estado (algo em torno de R$ 700 milhões) e que este número seria insuficiente para o pleno funcionamento dos IP’s.

Foi abordada também a questão dos recursos humanos e a preocupação para com a vacância das vagas de pesquisadores e técnicos de apoio que estão se aposentando sem substitutos. “A falta de concursos públicos, ano após ano, tem agravado este problema. Hoje temos uma defasagem de 50% dos pesquisadores e 75% para carreiras de apoio e assistentes. Se levarmos em conta que a maioria destes profissionais têm mais de 50 anos de idade, podemos dizer que a continuidade das pesquisas científicas no Estado estão sob risco de paralização a médio prazo”, alertou.

Cleusa Lucon reivindicou ainda a reposição salarial da categoria, que está sem reajuste há quase oito anos. “Em 2018 tivemos 3,5% de reajuste, mas foi insuficiente, pois a defasagem já está na casa dos 54%. A perda salarial constante é um fator de sobrevivência para alguns profissionais, que estão saindo dos institutos para trabalhar em universidades ou empresas privadas”, afirmou.

Bruno Ribeiro

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