Acontece hoje (12), às 8h, na Escola Municipal Profa. Jamile Caram de Souza Dias, em Limeira, a 22ª Abertura dos Trabalhos do Projeto “Plantando Batata com Ciência e com Consciência”, coordenado pelo engenheiro agrônomo José Alberto Caram de Souza Dias, pesquisador científico e virologista do Centro de P&D Fitossanidade do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em parceria com o também engenheiro agrônomo Paulo Antonio D’Andrea, da empresa Microbiol. Na sequência, às 10h, Caram apresentará o projeto na Escola Profa. Maria Nazareth Lordello, em Cordeirópolis.

Realizado há 11 anos na Escola Profa. Jamile, em Limeira, o projeto “Plantando Batata com Ciência e com Consciência” é, segundo a definição de seu próprio criador, uma “introdução ao ensino da defesa sanitária vegetal a nível fundamental”. Em suma: trata-se de um trabalho de transmissão de conhecimentos e técnicas de agricultura aplicadas à estudantes de 9 a 11 anos de idade. Durante o processo, Dr. Caram ensina às crianças, na teoria e na prática, conceitos fundamentais de ciências relacionados com a saúde das plantas.

Segundo ele, um dos objetivos do projeto é “despertar a curiosidade científica de alunos do ensino fundamental para a produção de plantas alimentícias com sanidade vegetal, ou seja, livre de vírus”. Outro é conscientizar este público-alvo sobre a necessidade de impedir ou alertar que seus pais tragam mudas, sementes, brotos ou qualquer outro material de propagação vegetal de uma região à outra. “Às vezes, um material infectado com vírus, trazido de um lugar para outro, pode comprometer toda uma produção”, explica.

Os trabalhos são desenvolvidos com os estudantes dentro de telados construídos especialmente para simular um ambiente de pesquisa científica, na área escolar. Plantas de batatinha (Solanum tuberosum) são distribuídas às crianças e o plantio é feito, com acompanhamento, utilizando a técnica de brotos destacados de tubérculos de batata sadios. É feita também a comparação com o plantio de brotos destacados de tubérculos infectados com vírus, para que os alunos saibam identicar as diferenças.

“Conforme as plantas de batata vão se densenvolvendo, os alunos aprendem a reconhecer as plantas sadias e as doentes, desenhando e anotando os sintomas observados nas folhagens e nas hastes. Nesse período, com a presença de professores, pais e convidados, eles participam do chamado ‘Dia da Transmissão’, que é quando são apresentados os insetos (pulgões e moscas brancas) que transmitem as viroses das plantas doentes para as sadias”, conta Dr. Caram. O processo do plantio à colheita leva entre 70 e 80 dias e, portanto, o projeto pode ser realizado dentro do período escolar (um quadrimestre).

Mais de 1,2 mil estudantes já passaram pelo “Plantando Batata com Ciência”. A importância da continuidade do projeto, nas palavras de seu coordenador, está no fato de que o mesmo “tem formado crianças para servirem de guardiões da agricultura brasileira”. O pesquisador científico considera que tal iniciativa deveria ser aplicada nas escolas em todo o território nacional por ser “inovadora na forma e efetiva como ação voluntária visando a formação de jovens pesquisadores”.

A técnica dos brotos destacados e utilizados como “sementes” para o cultivo da batata, ensinada às crianças pelo projeto, é uma forma de plantio desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e vem sendo transferida para os produtores agrícolas de forma inovadora e pioneira no sistema de produção de batata-semente no Brasil e no mundo. “São brotos que antes eram descartados e agora são utilizados como sementes”, diz Dr. Caram. Para ele, transmitir esta técnica às crianças é “levar adiante um conhecimento que poderá ter grande impacto no sistema de cultivo sustentável no Brasil”.

Saiba mais:
Instituto Agronômico de Campinas
Caram Batata sem Vírus

Bruno Ribeiro, para a APqC

Compartilhar: