fiocruz
Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz / Divulgação

O infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), afirmou estar “preocupado com a organização do governo federal para vacinar a população contra a covid-19” e reforça o time de especialistas que criticam a atuação omissa do presidente Jair Bolsonaro ao longo da pandemia e têm chamado a atenção da opinião pública sobre a urgência de o Estado coordenar uma força-tarefa visando a imunização dos brasileiros.

Ao portal UOL, o pesquisador disse que o Brasil está “atrasado em tudo”, inclusive na compra de materiais básicos para vacinação, e alertou que o Ministério da Saúde não está cumprindo seu papel de informar a população sobre o avanço da doença e de garantir a compra em quantidades suficientes de imunizantes e de materiais indispensáveis ao processo de vacinação, como seringas e agulhas.

“O mundo todo corre atrás dos insumos. Não é só o Brasil. Seringas e agulhas são fundamentais para a vacinação. Vai ter competição no mercado. A gente já viu isso na época dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e dos respiradores, no qual a gente não teve compra imediata e não pode ofertar mais leitos por conta disso. Pode ser que tenha vacina em março. Mas se essa compra (dos insumos) for fracassada por falta de fornecedor, pode ser que a gente tenha que adiar essa vacinação. Então na minha avaliação, a gente está muito atrasado em tudo. Esse movimento de vacina está ocorrendo há seis meses. A gente sabia que ia precisar de seringas e agulhas independente do tipo de vacina escolhida”, afirmou.

Compartilhar: