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Em 1887 o Imperador D. Pedro I presenteou Campinas, São Paulo e o Brasil com uma galinha de ovos de ouro: ele criou o Instituto Agronômico de Campinas, o IAC. Os ovos de ouro, grandes, hoje são mais de mil, na forma de conhecimentos novos, tecnologias, cultivares e soluções de problemas agrícolas.

No início foi o café; na quebra de 1929 nasceu no IAC a substituição do café pelo algodão, o desenvolvimento inicial da soja nas décadas de 40 e 50, o controle da ferrugem do cafeeiro, as soluções para as doenças dos citrus e da cana-de-açúcar, para citar só alguns ovos grandes. Tal qual a fábula da galinha dos ovos de ouro, já faz algum tempo que o governo de São Paulo não alimenta adequadamente a sua galinha, mas quer os ovos de ouro.

A Prefeitura de Campinas também quer antecipar seus ovos e se apropriar de pedaços da estrutura do IAC, assim a área vem sendo reduzida. Toda semana pedem um pedaço do IAC. Pedidos meritórios, mas vão matar a galinha. Já saíram a Escola de Química, abrigo de menores, área para a Prefeitura…

No dia 22, o Correio Popular trouxe a notícia que já são 17 hectares para a compostagem de lodo de esgoto. Área que será apropriada para exploração comercial estatal com a Prefeitura, quando o correto seria repassar a tecnologia para a iniciativa privada e receber os royalties, desenvolvendo a área para a pesquisa.

Triste a sina da galinha dos ovos de ouro, sempre ser morta pela ganância de uns e de outros.

Rubens Rodolfo A. Lordello é Advogado e Pesquisador aposentado do IAC

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