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Os profissionais de pesquisa científica da SUCEN, vêm a público manifestar seu repúdio e indignação com o Projeto de Lei (PL) n° 529/20 enviado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) em 13/08, que inclui a SUCEN no rol de instituições paulistas que devem ser extintas.

A inclusão da SUCEN, órgão que faz parte do parque de instituições voltadas à ciência e tecnologia no estado de São Paulo, neste grupo de instituições passíveis de extinção, é inadmissível em tempos em que a ciência é considerada a base das ações em saúde pública, como reiterado em discursos dos dirigentes do estado de São Paulo, ao justificar as ações de contenção da COVID-19.

A pesquisa científica na SUCEN tem um longo histórico de desenvolvimento técnico-científico que resultou em ações de saúde benéficas para a populações do Estado de São Paulo, que são 1- fundamentais aos municípios que recebem assessoria para o controle de vetores; 2- essenciais às instituições públicas e privadas, que em conjunto com esta instituição desenvolvem projetos científicos que dependem do conhecimento de cada recanto do estado de São Paulo onde proliferam mosquitos, triatomíneos, carrapatos e caramujos, todos envolvidos na transmissão de doenças que acometem vidas; 3- fundamentais à população paulista.

É inaceitável que após tantos anos de dedicação ao trabalho cotidiano de mapeamento, conhecimento e manejo ambiental das populações de mosquitos, carrapatos, triatomíneos e caramujos, que impactam a saúde e qualidade de vida dos cidadãos paulistas, tenhamos como surpresa um projeto de lei que propõe a extinção da SUCEN, baseado exclusivamente em motivos econômicos e financeiros; uma espécie de barganha absurda na qual todos perdem: estado, cidadãos e, principalmente a ciência. Uma história exitosa no desenvolvimento de tecnologias e práticas de controle de vetores de doenças baseadas na pesquisa científica e no debate e intersecção com a comunidade de vigilância epidemiológica, merece aperfeiçoamento, inovação, mas nunca a extinção sumária, sem o amplo debate técnico para dar continuidade aos trabalhos que desenvolvemos.

Com a extinção da SUCEN, dengue, febre amarela, leishmaniose, malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre amarela, Zika, Chikungunya e outras novas doenças que ainda estão por vir, deixam de ter um nicho de pesquisa único no estado de São Paulo, com infraestrutura laboratorial e de campo especificamente construídas para dar suporte intelectual e técnico ao desenvolvimento de estratégias que visam a preservação de vidas.

Desta forma, nós, profissionais da pesquisa científica da SUCEN, vimos por meio desta nota de repúdio ao Projeto de Lei (PL) n° 529/20, compartilhar com V.Sas. este grave ataque às instituições de pesquisa do estado de São Paulo, que dentre tantos outros danos, resultará na extinção da SUCEN, com consequências ao sistema de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo mas, principalmente, à saúde da população paulista.

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