bezerro

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado traçou diretrizes para colaborar com o andamento dos trabalhos essenciais e não interromper a pesquisa científica dos institutos da pasta, mesmo em meio à quarentena e às regras para isolamento por causa do avanço da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

No Instituto de Zootecnia (IZ), recentemente nasceram doze bezerros dos quase 60 partos previstos para ocorrer no Centro de Pesquisa de Bovinos de Leite, na unidade de Nova Odessa, no interior do Estado, neste primeiro semestre.

Já que se trata de rebanho experimental, os animais estão sincronizados com o calendário de execução dos projetos de pesquisa. Para o ano de 2020, a época de parto teve início em 15 de março e segue até o fim de abril, segundo o diretor do Centro de Pesquisa, Luiz Carlos Roma Junior. “Por ser uma fazenda de pesquisa, os animais foram preparados para concentrar os partos em uma mesma época e, assim, garantir animais mais homogêneos para realização de pesquisas ao produtor rural, em termos de produção, idade e manejo”, explica.

“Atualmente, estamos com 50 vacas em lactação, em duas ordenhas diárias, com número reduzido de funcionários apenas garantindo a alimentação de todos os animais, ordenha completa e também a execução de projetos em andamento no campo. Todas as ações em andamento são essenciais e de natureza contínua, não podendo ser interrompidas nenhum dia.”, completa.

Produção

A equipe de funcionários do IZ tem trabalhado para garantir a produção de leite das vacas do Centro de Pesquisa de Bovinos de Leite, mas também para a produção de volumoso para a alimentação do rebanho experimental ao longo do ano. Serão produzidas, ainda neste mês, 1,4 toneladas de silagem.

“Os servidores que puderam permanecer em atividade já produziram aproximadamente 800 toneladas. O material, colhido no campo, triturado e compactado no silo, manterá a alimentação dos animais durante a estação do inverno, época que os pastos ficam mais escassos, bem como garantirá execução de experimentos que necessitem do uso deste tipo de alimentação”, enfatiza Luiz Carlos Roma Junior.

Por coincidência, os partos estão ocorrendo nesta época da pandemia da COVID-19 e não têm como parar, de acordo com o pesquisador. “As vacas e os bezerros estão recebendo todos os cuidados durante e após o parto. A ordenha não pode esperar, mesmo com redução dos diversos trabalhos de pesquisas no centro”, diz.

Pesquisa

O pesquisador comenta que alguns animais estão inseridos no projeto de pesquisa “Suplementação com fitoterápico na fermentação ruminal, resposta imunológica, produção e qualidade do leite”, que busca avaliar o efeito da inclusão de fitoterápicos na dieta de vacas em lactação sobre a fermentação ruminal, resposta imunológica, produção e qualidade do leite. O projeto contempla três etapas, sendo que atualmente se encontra em execução a última fase.

Entre os componentes que são avaliados pela indústria e monitorados pela legislação em vigor, a contagem de células somáticas é o que tem sido considerada um dos maiores desafios para a melhoria da qualidade do leite.

A preocupação com a contagem de células somáticas está relacionada à ocorrência de mastite, uso de antibióticos para seu controle e diminuição da produção de leite, trazendo prejuízo para a cadeia agroindustrial do leite.

Como resultado, espera-se que o método alternativo reduza a contagem de células somáticas sem uso de antibiótico por meio da utilização de fitoterápicos na dieta de vacas em lactação.

Segundo especialistas, é importante a abertura para estudos nessa área de pesquisa, ao aliar fitoterápicos na dieta e qualidade do leite, pois auxilia os produtores leiteiros, a agricultor familiar e até o grande produtor – da produção orgânica até a convencional.

Fonte: Portal do Governo de SP

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