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O Instituto de Saúde, em parceria com o Instituto Butantan, dá início a um projeto que tem como tema central a saúde mental de profissionais de saúde durante a pandemia do coronavírus. O projeto realizará uma avaliação longitudinal, coletando dados de profissionais de saúde que atuam hospitais, que serão sorteados, situados em diferentes localidades do Estado, como a própria capital, a Grande São Paulo e o Interior.

Segundo Tazio Vanni, médico infectologista e pesquisador do Instituto Butantan, a ideia de fazer essa amostragem por sorteio permite ter controle sobre qual é a população alvo, qual o seu grau de resposta, ou até de não resposta, para que o projeto possa abranger diferentes grupos de profissionais.

“Nosso objetivo é conhecer a realidade e as condições de trabalho dos profissionais de saúde que atuam em hospitais aqui no estado de São Paulo, […] se esses profissionais estão tendo acesso e estão aderindo as medidas de prevenção, qual a percepção que eles têm sobre o risco de contágio e o impacto desse momento de pandemia na saúde mental desses trabalhadores”, afirma Sonia Venancio, vice diretora do Instituto de Saúde e coordenadora do projeto.

O estudo será baseado em um instrumento validado para a população utilizado para avaliações de saúde mental, visando entender o quanto a epidemia está afetando o planejamento pessoal, a satisfação e grau de felicidade desses profissionais. Além da questão emocional será avaliada a percepção do risco físico, o quanto essas pessoas se sentem expostas e o quanto acham que estão expondo seus familiares; se consideram quais os riscos que isso pode ocasionar para elas em médio e longo prazo, e calculando tudo isso se ela ainda está disposta a ajudar as pessoas a se manter na linha de frente do combate da doença.

“A metodologia já foi feita em Hong Kong durante a SARS-COV-1, em 2003, e se viu que tinha um impacto importante, até porque naquele momento teve um efeito dominó no sistema de saúde, então eles queriam entender porque algumas pessoas estavam estrando em estafa não só do ponto de vista físico, mas também mental”, diz Tazio.

O estudo será divido em três ondas, a primeira tendo início imediato durante o atual estágio da pandemia. As duas seguintes serão iniciadas após a diminuição da taxa de contágio e a estabilização da doença. Alguns dos profissionais serão avaliados durante as três ondas para que se possa perceber se há um efeito acumulativo em seus diagnósticos. “Isso [estafa física e mental] talvez também esteja acontecendo aqui no Brasil, salvando as devidas proporções, mas se não olharmos não vamos saber, se não soubermos não vamos poder fazer nada para ajudar essas pessoas que estão assistindo quem mais precisa”, afirma Vanni.

Fonte: Núcleo de Comunicação Técnico-Científica

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