niquim

Um medicamento extraído do veneno do peixe niquim, encontrado no litoral nordestino, indicado para o tratamento de asma e a esclerose múltipla, está em fase de desenvolvimento em território nacional e deve ser lançado no mercado ainda nesta década. Fruto de pesquisa de Monica dos Anjos Lopes Ferreira, imunologista do Laboratório do Instituto Butantan, o produto é desenvolvido em parceria com o laboratório farmacêutico Cristália.

Trata-se de um produto 100% brasileiro – desenvolvido e testado no Brasil. Hoje a produção de medicamentos nacionais é modesta, razão pela qual o setor de fármacos registra déficit de cerca de U$$ 12 bilhões anuais em sua balança comercial.

Conforme avalia Monica, a invenção do novo medicamento, para o tratamento de asma e esclerose múltipla, representa um estímulo para os pesquisadores brasileiros. “Essa descoberta partiu de uma pesquisa básica”, informou a pesquisadora. A pesquisadora assegura a eficácia do novo remédio para o tratamento dessas duas doenças. “Se não for para ser melhor ou igual (aos existentes) não vale a pena lançar um novo produto.”, disse.

Desde 1996, a pesquisadora do Butantan vem trabalhando para entender o veneno do peixe niquim, mais conhecido como peixe-veneno, coberto por espinhos com substância muito tóxica. No decorrer de 18 anos, segundo disse, foram investidos R$ 1 milhão na descoberta desse novo tratamento, para asma e esclerose múltipla. Esses valores não levam em conta os recursos aplicados pelo laboratório para patentear o produto, cujas cifras não foram reveladas.

Análise de patente

Conforme a pesquisadora do Butantan, a patente do medicamento foi depositada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), em 2006. Ou seja, a análise do produto está há oito anos na lista de espera do Inpi, que geralmente leva até dez anos para analisar a viabilidade de uma patente de medicamento.

Ainda assim, Monica considera normal o tempo que o Brasil leva para lançar um medicamento. “Levam de dez a quinze anos para um medicamento ser descoberto e colocado no mercado.” Antes de ser comercializado, porém, o medicamento deverá passar por testes clínicos.

Fonte: Jornal da Ciência

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