colheita café

O Sabor da Colheita, evento que marca o início da colheita de café no Estado de São Paulo, foi realizado no último dia 21 de maio no maior cafezal em território urbano no planeta. O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com a Nestlé, abriu as portas, como faz anualmente, para a população vivenciar a experiência de colher os grãos maduros do cafezal.

O evento, que está em sua 15ª edição, é parte das comemorações do Dia Nacional do Café, celebrado no dia 24 de maio. Na prática, a comunidade pode conhecer o trabalho de milhares de cafeicultores brasileiros, pois todo o processo foi orientado por especialistas, para que fosse feita a colheita seletiva, retirando apenas os grãos bem maduros. Além disso, um novo olhar sobre a cafeicultura regenerativa foi discutido, trazendo oficinas e cases de sucesso sobre o tema.

Os frutos colhidos foram torrados e encaminhados ao Fundo Social de São Paulo (FUSSP). Os participantes puderam também degustar um café da manhã tradicional, aprender mais sobre métodos de preparo de cafés, e conhecer diferentes tipos de cafés oferecidos por produtores paulistas.

Desde 2006, entre os meses de maio e junho, o Instituto Biológico realiza essa cerimônia que marca o início da colheita do café no Estado de São Paulo. Nesta edição, o evento ganhou novas nuances e apresentou um blend especial.

Em torno de uma tonelada de grãos coco secos já foram colhidos no cafezal, resultando, após seu beneficiamento, em aproximadamente 500 kg de café moído. Mas, a produção a cada ano estava caindo e para solucionar essa questão e ampliar informações a respeito da cultura, o IB decidiu renovar a plantação, incorporar novas variedades, incluindo uma preconizada para agricultura orgânica, assim como ampliar as discussões em relação à sustentabilidade e agricultura regenerativa. Para isso, contou com a parceria da Nestlé.

“A produção é totalmente orgânica desde 2017, tendo passado por um período de transição. O ano passado conseguimos que até o beneficiamento fosse efetuado de maneira a manter as características de produção orgânica”, ressalta Harumi Hojo, pesquisadora do IB e responsável técnica pelo projeto. Segundo ela, parte da produção é doada ao Fundo Social de São Paulo, e parte fica para pesquisas.

Como tudo começou

O café entrou no Brasil em 1727 e se espalhou por vários estados, chegando ao Vale do Paraíba, São Paulo, em 1806. Em pouco mais de quatro décadas, o Brasil já era o maior produtor mundial da cultura. No início do século XIX, os grandes produtores – chamados “Barões do Café”, exerciam grande influência política no Estado de São Paulo. Por força desse grupo econômico, que clamava por uma assistência técnica para o controle das pragas que ocorriam em seus cafezais, em 1927, para atender essa e outras demandas, foi criado o Instituto Biológico.

Na metade da década de 1950, junto ao edifício sede, foram plantados cerca de 2.500 pés de café com a finalidade de servir à pesquisa científica e, também, preservar a memória histórica da Instituição. No momento, o cafezal ocupa uma área aproximada de 10.000 m² e possui cerca de mil pés de café das variedades Mundo Novo (500 – que serão colhidos esse ano) e Catuaí (500 – que foram esqueletados e só produzirão o ano que vem) e 1.500 pés de cafés de seis variedades mais plantadas. Atualmente, o propósito do cafezal é ser um instrumento de educação ambiental, didático, histórico e cultural, destinando-se às pessoas que desejam conhecer uma plantação de café, sua história e outras particularidades, além dos princípios das boas práticas agrícolas, sustentabilidade e agricultura regenerativa.

Fonte: Instituto Biológico

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