O próximo webinar do Instituto de Saúde, que será realizado na quinta-feira, 2 de julho, às 10 horas, vai tratar de direitos reprodutivos e mortalidade materna em tempos de pandemia, com a presença da defensora pública Paula Sant’Anna, coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção dos Direitos da Mulher; Waglânia Freitas, docente da Universidade Federal da Paraíba e presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras no mesmo estado; e Marisa Ferreira, coordenadora de saúde da mulher na Secretaria da Saúde de São Paulo. A mediação do evento será de Silvia Bastos, pesquisadora do Núcleo de Práticas em Saúde do Instituto de Saúde.

Paula Sant’Anna revela que, segundo relatório do Fundo Populacional da Organização das Nações Unidas, 47 milhões de mulheres, em 114 países de renda baixa e média, ficaram sem acesso a métodos anticoncepcionais e, por isso, haverá 7 milhões de gestações indesejadas nos próximos 6 meses, enquanto o Instituto Guttmacher estima esse número em 15 milhões no próximo ano – com o aumento de abortos clandestinos e outras consequências negativas decorrentes de gestações indesejadas nesses países.

E mais: a Federação Internacional de Planejamento Familiar prevê uma redução do fornecimento e acesso a métodos contraceptivos, além do fechamento de, ao menos, um em cada cinco serviços de planejamento familiar no mundo – cujo horário e número de atendimentos já foram reduzidos.

“Esses dados demonstram que os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, neste momento da pandemia, estão sendo constantemente violados, o que torna muito importante a concretização de políticas públicas nesse sentido, bem como a constante informação das mulheres sobre esses direitos”, resume Paula.

Waglânia Freitas acrescenta que “a gravidez, por si só, é um fator de risco para doenças respiratórias”. Ao longo da gestação, a barriga comprime o diafragma, empurra o pulmão e o coração fica quase deitado. “Isso tudo, para dar espaço ao útero que acolhe uma vida” ressalta.

Segundo ela, no Brasil a Covid-19 tem implicações sérias e drásticas por que as mulheres engravidam com comorbidades que não são cuidadas antes ou durante a gravidez. “Essa situação agrava ainda mais os efeitos da Covid-19 nas mulheres brasileiras, principalmente as pobres e pretas, aumentando o número de mortes maternas no nosso país”, conclui.

Assista o debate completo nesta quinta-feira, 2 de julho, às 10 horas no canal do IS no YouTube:

        Fonte: Assessoria de imprensa do IS / Núcleo de Comunicação Técnico-Científica

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