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O Instituto Butantan e a Sinovac Life Science assinaram, na última quarta-feira (30), o contrato que prevê o fornecimento de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. O documento contempla ainda a transferência de tecnologia da vacina, que deverá ser produzida integralmente no próprio Instituto Butantan a partir do próximo ano. A assinatura foi formalizada durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo, e contou com a presença do Governador João Doria, do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e do vice-presidente mundial da Sinovac, Weining Meng.

As 46 milhões já estarão disponíveis no Brasil até dezembro de 2020, sendo que 6 milhões delas virão prontas já em outubro, e as demais 40 milhões terão seu processamento finalizado no Butantan. A Sinovac se comprometeu ainda a disponibilizar outras 14 milhões de doses, que devem chegar até fevereiro do próximo ano. Desta forma, a parceria firmada entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa prevê um total de 60 milhões de doses da Coronavac.

Os estudos clínicos de fase III, que são coordenados pelo Butantan no Brasil, ocorrem em centros de pesquisas espalhados pelo Brasil e estão recrutando um total de 13 mil voluntários, todos profissionais da saúde atuando no combate à Covid-19. Ao final desta última etapa de testes, o estudo será submetido à análise Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e só após aprovação do órgão a vacina poderá ser disponibilizada à população.

A Coronavac, imunizante contra coronavírus desenvolvido pela Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan, é um dos mais promissores do mundo, porque utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. O laboratório, com sede em Pequim, já realizou testes do produto em milhares de voluntários na China, nas fases I e II, com excelentes padrões de segurança até o momento. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.

Testes e resultados

Semana passada foram divulgados resultados de uma pesquisa com 50.027 voluntários na China que demonstram que a vacina Coronavac é segura e não apresentou reações adversas significativas.

Os resultados mostraram um excelente perfil de segurança do imunobiológico, com um índice de 5,36% de efeitos adversos de grau baixo. Entre os mais frequentes estão dor leve no local da aplicação em 3,08% dos voluntários, fadiga em 1,53% e estado febril moderado em 0,21% das pessoas. Os demais 0,54% apresentaram perda de apetite, dor de cabeça, fadiga e febre, concluindo que a vacina possui excelente perfil de segurança.

Em julho deste ano foram iniciados os testes clínicos de fase III em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar a eficácia e segurança da Coronavac. Até o momento, cerca de 7 mil voluntários já receberam ao menos uma das duas doses da vacina nos 12 centros de pesquisa distribuídos pelo Brasil. Esta semana a Anvisa autorizou ainda a inclusão de mais 4 centros em Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Pelotas (RS) e Barretos (SP), além da ampliação de 9 mil para 13 mil voluntários que participarão dos estudos.

Assim que a vacina demonstrar a segurança e eficácia nos testes que estão sendo conduzidos no Brasil, o próximo passo será o registro do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: Instituto Butantan

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