fazenda

O histórico casarão da Fazenda Mato Dentro, localizado no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, em Campinas (SP), vai abrigar o Museu da Paz e o Centro de Educação, Memória, Estudo e Cultura Afro-brasileiros. O acervo do museu, que será formado por histórias de vida, documentos e fotografias, será captado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), parceira no projeto, com recursos de um termo de ajustamento de conduta ambiental, de R$ 443 mil.

A Fazenda Mato Dentro tinha inicialmente 1.515 alqueires e foi formada a partir da Sesmaria Engenho Mato Dentro, fundada pelo tenente-coronel Joaquim Aranha Barreto de Camargo, em 1806, para a produção do açúcar. Ela permaneceu como engenho até a segunda década do século, quando começaram os primeiros cafezais em Campinas.

Em 1950, a fazenda foi vendida e logo transferida ao Governo do Estado. A Fazenda Mato dentro foi então transformada em fazenda experimental, subordinada ao Instituto Biológico. Em 10 de maio de 1982, a sede da fazenda foi tombada pelo Patrimônio Histórico, e em 24 de setembro de 1988, o governador Orestes Quércia autorizou o início das obras do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na Fazenda Mato Dentro, prevendo o aproveitamento de 110 dos 285 hectares de área como área de lazer.

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, assinou em novembro de 2019 o termo de ajustamento de conduta para a implantação do Museu da Paz. O recurso para a formação do acervo vem de uma empresa que foi multada por danos ambientais e que tem como obrigação, conforme TAC com o Ministério Público, reparar também sócio-ambientalmente o entorno do local impactado. A expectativa é que o acervo seja captado até o final de 2020 e será exposto em mostras itinerantes pela cidade, até que a restauração do imóvel esteja concluída. O casarão concentrou maior número de escravizados na época da escravidão em Campinas por conta do cultivo da cana e do café.

Com informações do jornal Correio Popular

Compartilhar: