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O Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo (USP) e o Hemocentro de Ribeirão Preto lançaram nesta terça (14) um programa de terapia celular especializado no tratamento contra o câncer que utiliza células do sistema imunológico dos próprios pacientes para combater a doença, tecnologia conhecida como CAR-T Cell. Considerada altamente inovadora por possibilitar a cura ou remissão de linfomas e leucemia, a terapia é baseada em células modificadas que serão produzidas no Núcleo de Terapia Celular (Nucel), localizado em São Paulo (SP), e no Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), localizado em Ribeirão Preto (SP).

Juntos, os núcleos terão capacidade de produzir células que poderão atender até 300 pacientes por ano, com resultados animadores, explicou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, durante lançamento do programa.

“Estamos falando da possibilidade de cura, com baixa toxicidade, de algumas dessas doenças. Isso é de grande importância e será o tratamento do futuro. Esse portfólio vai se expandir para um grande número de cânceres”, afirmou o médico hematologista, um dos líderes do estudo.

A iniciativa é feita em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e Hemocentro de Ribeirão Preto.

O lançamento contou com a presença do governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, o secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do estado de São Paulo, David Uip, do reitor da USP, Carlos Alberto Carlotti, entre outras autoridades.

A terapia com células CAR-T (sigla para receptor quimérico de antígeno, em português) já é desenvolvida no Centro de Terapia Celular da FMRP-USP. O primeiro voluntário, que recebeu o tratamento experimental há dois anos, alcançou a remissão total de um linfoma em estágio terminal. Outros pacientes que optaram pelo tratamento, que para o paciente é “semelhante a uma transfusão”, também tiveram remissão, explicou Dimas.

“A terapia consiste em uma célula de defesa do organismo geneticamente modificada que passa a combater o câncer. Nós modificamos uma célula do próprio paciente e transformamos essa célula em um armamento contra o câncer que ela possui. Por isso que há uma elevada porcentagem de cura”, afirmou o presidente do Instituto Butantan.

“Do ponto de vista de tratamento, é uma infusão. O paciente recebe as células como se fosse uma transfusão e, a partir deste momento, as células começam a se proliferar e vão combatendo o câncer. A internação é muito curta. Se não houver nenhuma complicação no tratamento, em um mês ele recebe alta e, quando isso, acontece a doença normalmente já está sob controle”, detalhou o hematologista.

Tratamento acessível para todos

Para o secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do estado de São Paulo, David Uip, o objetivo do programa é tornar o tratamento acessível para o máximo possível de pacientes oncológicos. “Esse tratamento, além do fato de ser inovador, com o tempo será acessível. Esse é o objetivo: a possibilidade de todos os brasileiros sem exceção terem acesso a esse tratamento.”

Objetivo ressaltado pelo reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti, que vê como um desafio escalar a terapia para outros locais do Brasil. “Estamos falando de um tratamento já realizado. Temos sete pacientes tratados e o desafio agora é transformar isso em uma produção industrial para que todo o Brasil, para que todo paciente brasileiro possa se beneficiar dessa metodologia”, afirmou.

Acesse o site da terapia com células CAR-T e saiba mais

Fonte: I. Butantan

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