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O governo brasileiro respondeu negativamente a uma carta da Organização Mundial da Saúde (OMS) endereçada ao Ministério da Saúde. Na carta, a entidade indaga se a pasta estaria de acordo com o nome da professora de Ética da Faculdade de Saúde Pública da USP, Deisy Ventura (foto), para integrar o Comitê de Emergências ou Comitê de Revisão do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Além de se opor ao nome da profissional – que é especialista em direito internacional da saúde e saúde global –, o governo federal não justificou a sua decisão na tarde de ontem (28).

O caso repercutiu negativamente no Brasil e no exterior. Especialistas da área da saúde e instituições científicas avaliam que se tratou de um veto de natureza ideológica, uma vez que a professora Deyse Ventura tem sido uma voz ativa em oposição a decisões do governo Jair Bolsonaro na área da saúde pública, incluindo sua gestão durante a pandemia da covid-19.

O Comitê de Emergência da OMS é formado por especialistas internacionais que fornecem conselhos técnicos ao diretor-geral da organização.

Entre as instituições que protestaram contra a decisão do governo brasileiro está a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) subscreve a carta divulgada pela entidade (leia aqui) e igualmente avalia que, ao recusar apoio à professora e ilustre cientista Deisy Ventura para compor um dos mais importantes comitês técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), o governo federal age contra os interesses do país.

Campinas, 29 de setembro de 2022
Diretoria da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC)

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