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Na tarde de ontem (16), servidores estaduais, entre professores, pesquisadores e entidades classistas, entre elas a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), realizaram uma grande manifestação na Avenida Paulista para protestar, entre outras coisas, contra o projeto de lei, encaminhado pelo governador a Assembleia Legislativa, que prevê reajuste de apenas 10% para os servidores públicos (com exceção dos servidores da segurança pública e da saúde, que terão 20%).

Além de reivindicar a inclusão dos servidores dos institutos públicos de pesquisa no reajuste de 20%, os representantes da APqC exigiram também o fim do sucateamento das instituições científicas, a contratação por concurso de novos pesquisadores e técnicos para os institutos, a equiparação e a reposição salarial de acordo com a inflação. “O ato unificado, com ampla participação de diferentes segmentos, reforça o estado de abandono em que se encontram os servidores públicos.”, afirmou a presidente da APqC, Patrícia Bianca Clissa.

Ela criticou ainda o “reajuste diferenciado” proposto pelo governo. “É uma excrescência, pois além de não valorizar todos os que trabalham arduamente, principalmente durante a pandemia, gera descontentamento entre as carreiras. Por isso defendemos o reajuste de 20% para todos.” A pesquisadora lembrou ainda que o último reajuste dos servidores dos institutos de pesquisa se deu em 2011 e a defasagem salarial é de 68,56%.

Os manifestantes saíram em caminhada, do MASP até a Praça da República. Além da APqC, participaram o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado da Saúde (SindSaúde), o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) e a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), entre outras entidades unidas por reivindicações parecidas.

O deputado Carlos Giannazi (PSOL-SP), que tem forte atuação em prol de servidores públicos, avisou que irá ingressar no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Estado por improbidade administrativa contra o governador de São Paulo, caso ele não cumpra a determinação federal em questões relacionadas ao funcionalismo público. “É uma vergonha o estado mais rico do país não pagar o piso dos professores, por exemplo.”, disse.

Por fim, a presidente da APqC informou que a entidade continuará em contato com os parlamentares da Assembleia Legislativa para “tentar garantir que votem a favor dos pesquisadores e dos institutos públicos de pesquisa científica nos projetos que dizem respeito à categoria.”

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