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Dra. Alba Lavras (ao centro) com a presidente da APqC, Dra. Cleusa Lucon, o vice Joaquim Adelino e ex-presidentes da entidade

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) realizou ontem (26/11), na sede do Instituto Biológico, uma série de atividades voltadas para o Dia Estadual do Pesquisador Científico, entre elas a entrega da Medalha Alba Lavras, a mais importante condecoração concedida pela entidade a profissionais que se destacam por seu trabalho de pesquisa ou por sua luta em defesa da carreira.

Após apresentar o balanço da gestão feita pela diretoria do biênio 2018-2019, a atual presidente da APqC, Dra. Cleusa Maria Lucon, abriu oficialmente o evento comemorativo passando a palavra a alguns convidados especiais, entre eles Dr. Dimas Tadeu Costa, diretor do Instituto Butantan; Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos, diretora do Instituto Biológico; Dr. Frederico Arzolla, presidente da CPRTI; Dra. Lilian Zaidan e Dr. Oswaldo Fidalgo, aposentados do Instituto de Botânica. 

Arzolla destacou que os institutos de pesquisa, há mais de um século, trabalham com geração de conhecimento e inovação em pesquisas aplicadas nas áreas de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura. E que devemos nos dedicar à divulgação dos trabalhos para mostrar o valor e a importância da carreira para a sociedade. “Devido às nossas especializações estamos aptos a dar respostas rápida à sociedade”, disse.

Em seu discurso, Fidalgo, primeiro vice-presidente da associação fundada em 1977, condenou os ataques que a ciência e os institutos de pesquisa têm sofrido no Brasil e afirmou que a pesquisa científica é “a base do desenvolvimento de um país e o alicerce de um pensamento universal que atende ao ser humano, independente de gerar lucros”.

Na sequência, o Dr. José Eduardo Tolezzano ministrou a palestra “Histórico da Carreira do Pesquisador Científico”, que abordou desde as razões que levaram à criação dos primeiros institutos de pesquisa, no final do século XIX, até a situação dos institutos na atualidade, em crise devido a falta de concursos públicos e ao corte de verbas para a ciência. Ele finalizou dizendo que o grande desafio dos pesquisadores na atual conjuntura é fazer com que a mentalidade científica chegue ao maior número possível de pessoas, para que a sociedade “reconheça a importância da ciência em seu dia a dia e lute por ela ao lado dos cientistas”.

Após a palestra foram homenageados com a Medalha Alba Lavras os seguintes pesquisadores: Dr. Joaquim Adelino de Azevedo Filho, Dr. José Eduardo Tolezzano, Dr. José Orlando Prucoli, Luiz Ribeiro de Azevedo Barretto (assistente técnico), Dr. Manoel Carlos Marques Leme, Dr. Nelson Raimundo Braga, Dr. Percy Correa Vieira e Dra. Sônia Machado de Campos Dietrich (in memorian). A medalha foi entregue pela pesquisadora aposentada Dra. Alba Apparecida de Campos Lavras, que dá nome à honraria. Aos 92 anos, ela emocionou a todos ao dizer que os elogios feitos pelos colegas eram “exagerados”, mas que, estando de volta à APqC, ela se sentia “em casa” na tarde de ontem.

Palavras dos homenageados

Ao receber a Medalha Alba Lavras, Dr. Joaquim Adelino, atual vice-presidente da APqC, disse que a associação era como a sua “segunda família” e que se orgulhava de ter “feito o máximo esforço possível” para defender a categoria nos últimos anos.

Dr. José Orlando Prucoli criticou a “falta de compreensão” dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) em relação à importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento da nação. Disse que está “no fim da vida”, mas nunca deixou de lutar “pela equiparação salarial da categoria” e pelo “fortalecimento dos institutos”.

Luiz Barretto fez questão de homenagear os “pesquisadores e assistentes técnicos que lutaram antes de nós e que já não se encontram mais neste plano”. Visivelmente emocionado, ele afirmou que os primeiros membros da APqC “somaram forças” para que a atual geração conseguisse avançar na carreira e que agora cabe à ela “ocupar espaços, pois a natureza odeia vácuo”.

Dr. Nelson Braga fez uma retrospectiva de como os institutos de pesquisa se posicionaram durante a ditadura militar (1964-1985) e comparou com os dias atuais, alertando que “os contextos são muito semelhantes”. Ele lembrou ainda a luta da Dra. Alba Lavras, nos anos de chumbo, para revertar o fechamento de dez institutos de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: “Ela correu riscos para que estivéssemos aqui hoje”, disse.

Dr. Percy Correa Vieira encerrou as falas dizendo que a APqC teve um papel determinante na criação da carreira de pesquisador científico e frisou que todas as diretorias da entidade lutaram pelos institutos ao longo de suas gestões. “Esperamos que a próxima diretoria faça o mesmo”, finalizou. Após, convidou a todos os ex-presidentes da entidade que estavam na sala a participar de uma foto coletiva, simbolizando a união de várias gerações que passaram pela associação.

Anexos
Saiba mais sobre o trabalho da APqC durante a gestão do biênio 2018-2019

Balanço geral da gestão – Apresentação da Dra. Cleusa Lucon (Clique aqui)
Balanço da tesouraria – Apresentação do Dr. Sebastião Wilson Tivelli (Clique Aqui)
Palestra do Dr. Eduardo Tolezano – Histórico da Carreira do Pesquisador Científico (Clique aqui)

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