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O nome do advogado Ricardo Salles, ex-secretário do Meio Ambiente de Geraldo Alckmin (PSDB), está sendo aventado como o possível futuro ministro da pasta no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), com quem ele se reuniu ontem (27), no Centro Cultural Banco do Brasil. Salles disputou uma vaga na Câmara Federal pelo Partido Novo, mas não se elegeu. Sua campanha foi marcada pela incitação à violência contra ambientalistas e movimentos sociais.

Sua gestão na Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) ficou marcada como a de pior desempenho nos últimos trinta anos, segundo os servidores dos Institutos de Pesquisa ligados à pasta (Botânico, Florestal e Geológico). Durante o período em que permaneceu à frente da Secretaria, Salles cometeu uma série de equívocos administrativos, além de acumular ações e denúncias de improbidade.
Dentre os equívocos cometidos pelo gestor estão a tentativa de alterar ilegalmente o zoneamento da proposta de plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, a transferência da Fundação Florestal para as dependências da Cetesb (que prejudicou a integração dos trabalhos), a tentativa de venda do prédio do Instituto Geológico, a negociação das unidades do Instituto Florestal (atos investigados pelo MP por suspeita de favorecimento a empreendedores particulares) e ter deixado de assinar de forma arbitrária contato com a Finep, além de lotear a Fundação e a SMA com indicados políticos.

Ainda não há a confirmação oficial de que Ricardo Salles será mesmo indicado por Bolsonaro para assumir o Ministério do Meio Ambiente, mas o futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, membro da equipe de transição, confirmou que manteve contatos com representantes o setor do agronegócio para colher impressões sobre a possível indicação do advogado para o cargo. Em nota, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifestou apoio à provável indicação e disse que Salles irá “conciliar os interesses do produtor rural pelo aumento da produtividade com as questões ambientais de forma objetiva e sem ideologias”.

Para o vice-presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), Joaquim Adelino, a nomeação de Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente seria “catastrófica” e colocaria em risco as políticas ambientais no Brasil. “Trata-se de alguém incapaz de entender a importância da ciência para o desenvolvimento nacional e que já provou ter ligações com representantes de setores que não têm qualquer compromisso com a educação ambiental, a bioecologia e a conservação da natureza”, disse.

Carta Aberta do Instituto Florestal

Carta Aberta do Instituto Geológico

Carta Aberta do Instituto de Botânica
Saiba mais
http://www.diretodaciencia.com/2018/11/28/bolsonaro-recebe-ex-secretario-de-alckmin-que-desarticulou-politica-ambiental-de-sp/

 

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