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O Instituto Adolfo Lutz – IAL*, Laboratório Central de Saúde Pública do Estado de São Paulo, como responsável pelas análises laboratoriais para a detecção do novo coronavírus no Estado, vem atuando, desde o início de fevereiro de 2020, quando da liberação dos primeiros resultados do Brasil, à época negativos, de exames em amostras de casos suspeitos.

Tão logo foi declarada a pandemia da COVID-19 pela Organização Mundial de Saúde, a Diretoria do Instituto procedeu, em face do limitado espaço físico e da ausência de profissionais habilitados em número suficiente no Centro de Virologia (área responsável pela resposta laboratorial ao agravo), à organização de uma segunda área, chamada de Polo II, para aumentar a capacidade de análises da instituição na identificação do SARS-CoV-2.

Este segundo polo, além de integrar uma força-tarefa fornecendo novas áreas físicas e equipamentos, reuniu profissionais dos Centros de Imunologia, Bacteriologia, Patologia, Parasitologia e Micologia, de Alimentos e de Procedimentos Interdisciplinares, que se dispuseram, de maneira espontânea e dedicada, a trabalhar para auxiliar na realização dos exames. O número de colaboradores que atuam nos exames para o enfrentamento à pandemia passou, então, de menos de 60 para mais de 170, ou seja, foi quase que triplicada a disponibilidade de recursos humanos para o atendimento à crescente demanda por exames. Com a implantação do Polo II, assim como com a reorganização de áreas e métodos de trabalho no Centro de Virologia, a capacidade analítica do IAL Central para a resposta à COVID-19 saltou de 400 para 1.400 resultados liberados ao dia.

Esclarecemos que a entrada de amostras, que era, em meados de março, em torno de 400 ao dia, número próximo à capacidade inicial instalada para a realização dos exames, entre os dias 19 e 29 de março sofreu um aumento de escala geométrica, chegando a um pico diário de quase 2.500, como pode ser observado na Figura 1 (imagem no link anexo), impossibilitando que o Instituto Adolfo Lutz, assim como observado em outros laboratórios de referência no mundo, por exemplo os Centers of Disease Control and Prevention (CDC), atendesse à demanda.
Considerando o acúmulo inesperado de amostras, foi publicada a Resolução SS-43/2020, segundo a qual o Diretor do Instituto Butantan passaria a coordenar uma rede de laboratórios, públicos e privados, previamente habilitados pelo Instituto Adolfo Lutz, com a finalidade de ampliar a capacidade de diagnóstico de COVID-19 por RT-PCR no estado de São Paulo, visando à diminuição do número de amostras represadas.

Concomitantemente à organização da rede mencionada, o Instituto Adolfo Lutz estruturou seis de seus laboratórios regionais (Bauru, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto e Sorocaba), para que atendessem às demandas regionais por exames para a identificação do vírus causador da COVID-19. Estes laboratórios iniciaram sua atuação de maneira escalonada, e atualmente já absorvem uma quantidade considerável da demanda do interior do Estado, com mais de 3.000 exames realizados até o momento.

O IAL, em parceria com alguns dos laboratórios da rede coordenada pelo Diretor do Instituto Butantan (este incluído), processou um número expressivo de amostras, como pode ser observado na Tabela 1 (imagem no link anexo), que especifica quantos resultados foram liberados por cada um dos laboratórios que recebeu amostras para atender ao acúmulo repentino. Na Figura 2 (imagem no link anexo), é apresentada a evolução da liberação de resultados ao dia de toda a plataforma, considerando o Instituto Adolfo Lutz Central e a rede de laboratórios.

Além de analisar as amostras que constam na Tabela 1, o Instituto Butantan nos disponibilizou para teste um extrator automático, uma vez que todo o trabalho de extração do RNA no Polo II atualmente é manual. Após quinze dias de ajustes na metodologia para validação, acreditamos que o equipamento poderá ser colocado na rotina a partir da próxima semana.

Como medida para a melhoria na atuação do Instituto no enfrentamento à pandemia, a recepção de amostras com suspeita de COVID-19, que acontecia no Centro de Virologia, foi recentemente transferida para o Núcleo de Gerenciamento de Amostras Biológicas, por solicitação da Diretoria Geral, e agora agrega o espaço antes ocupado pelo Núcleo de Gerenciamento de Amostras de Produtos, remanejado para outro prédio. Foram agregados à equipe mais oito colaboradores, provenientes de contratação pelo Instituto Butantan. Estas ações aumentaram a capacidade de triagem e separação, agilizando-a, para uma organização mais eficaz das amostras a serem enviadas aos laboratórios.

Ressaltamos, adicionalmente, que os pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz têm, a todo tempo, procurado desenvolver novas metodologias e aprimorar as já existentes, para que os testes realizados sejam cada vez mais ágeis e eficientes. Nós nos orgulhamos das diversas melhorias, a serem em breve divulgadas, que já foram implantadas pelas equipes para um trabalho com maior excelência a cada dia.

É importante mencionar o grande esforço das áreas administrativas, como os Centros de Administração, de Planejamento e de Orçamento e Finanças na realização de aquisições de maneira muito célere, o Centro de Infraestrutura nas adequações emergenciais necessárias à implantação de áreas adequadas às atividades, a Unidade Integrada de Tecnologia da Informação e Comunicação e o Núcleo de Apoio à Pesquisa, que se disponibilizaram a organizar o fluxo de informações e prioridades.

Além disso, colaboradores de áreas muito distantes dos laboratórios que realizam exames de biologia médica, como do Núcleo de Meios de Cultura e dos Centros de Alimentos, Contaminantes e Medicamentos, se juntaram para auxiliar na reorganização de amostras com suspeita de COVID-19, o que foi crucial ao bom andamento dos trabalhos.

O apoio da Coordenação Geral de Laboratórios – CGLAB, do Ministério da Saúde, no envio de mais de 60.000 testes, além de inúmeros outros itens utilizados na rotina diagnóstica da COVID-19, é indispensável, também, para que possamos atingir nossos objetivos na prevenção às doenças e na promoção da saúde.

Por fim, esta Diretoria agradece a todos os colaboradores do Instituto Adolfo Lutz envolvidos nesta força-tarefa pela dedicação, pelo empenho, pelas horas de trabalho muito além de seus horários e pelos turnos aos finais de semana, num esforço espontâneo para entregar resultados à população, que mantém a confiança nesta instituição desde sua fundação, em 1940.

São Paulo, 27 de abril de 2020

Dra. Adriana Bugno
Diretora Geral em Exercício
Instituto Adolfo Lutz

Clique aqui para ter acesso ao PDF com os gráficos (em breve).

 

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