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A tecnologia IAC Broto Batata-Semente está consolidada no estado de São Paulo. Buscando disseminar essa técnica o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, José Alberto Caram de Souza Dias (foto), realizou de 24 a 26 de maio, a transferência de conhecimento nos municípios paraibanos de Lagoa Seca, Montadas e Areal, Remígio e Esperança.

O evento buscou promover a produção de batata semente-básica, livre de vírus, para atender a produção orgânica-sustentável no estado da Paraíba. Essa ação faz parte do Ciclo de Palestras “Álvaro Santos Costa”, que contou com a organização da Universidade Estadual da Paraíba, por meio da professora Elida Barbosa Corrêa e a Associação de Agricultura Familiar e Agroecologia, com a colaboração do engenheiro agrônomo Emanuel Dias.

Para o pesquisador do IAC, essa tecnologia constitui uma ferramenta correta para aproveitar, de forma sustentável e orgânica, o potencial de produção de batata-semente livre de vírus, com perspectivas de atender à demanda desse insumo fundamental na bataticultura na região do agreste paraibano. “É possível que essa tecnologia IAC seja adotada na região e venha oferecer lotes de batata-semente tanto à própria região como a outras localidades”, diz.

O evento contou com a participação de produtores, pesquisadores, professores, extensionistas, pós-graduandos e demais interessados. Durante os encontros foram realizadas atividades práticas como a multiplicação do broto em estufa. “Espero que essa iniciativa permita a socialização de resultados dessa pesquisa em sistema agroecológico”, afirma o pesquisador do IAC.

Na região do Agreste Paraibano, o sistema convencional e tradicional de produção comercial da batata tem dependido de batata-semente certificada vinda de fora, geralmente de outros estados do sul e sudeste brasileiros ou até mesmo de outros países. Caram esclarece que, quando se depende de material de propagação vindo de fora, sempre existe o risco de introdução de novas viroses ou pragas exóticas na bataticultura e agricultura local.

A tecnologia do IAC Broto Batata-Semente consiste em um telado antipulgões ou campo certificado e alguns dos brotos destacados da própria batata (tubérculo/ batata semente). Essa técnica proporciona redução do risco de introdução de pragas do solo que, segundo Caram, podem estar na epiderme dos tubérculos da batata-semente. “Se comparado à plântula, originada de técnicas de cultura de tecidos in vitro, os brotos têm maior fidelidade genética e menor custo de obtenção. Quanto à sanidade, sendo os brotos destacados de tubérculos livres de vírus, estes estarão igualmente sadios”, explica o pesquisador.

A tecnologia também possibilita aproveitar centenas de toneladas de brotos destacados de lotes de batata-semente básica, que são descartados pelos bataticultores anualmente. A tecnologia garante redução de custos de frete internacional, pois o broto pesa de oito a 12 vezes menos que os tubérculos. A tecnologia IAC Broto Batata-Semente já foi compartilhada com produtores de Pernambuco e também para os países de Moçambique China, Canadá, e os estados americanos de Wisconsin e Alaska.

Fonte: IAC

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