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Na última segunda-feira, 23, foram celebrados os 50 anos da Unidade Laboratorial de Referência em Controle Biológico, que faz parte do Centro Avançado de P&D em Sanidade Agropecuária (CAPSA), do Instituto Biológico (IB-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O evento comemorativo marcou o meio século de existência das instalações, em Campinas (SP), deste que se tornou um espaço de referência nas pesquisas com controle biológico no agro paulista e cujas contribuições se disseminaram por vários estados brasileiros. Foco de amplo interesse para diversas culturas, o controle biológico é uma tecnologia sustentável que permite a utilização de inimigos naturais para controlar pragas agrícolas, racionalizando o uso de defensivos.

“Esse é um marco de tanta coisa que vem acontecendo no agro, principalmente no que diz respeito ao controle biológico”, disse o diretor da ULR, José Eduardo Marcondes de Almeida. “É uma temática para a qual vemos crescente importância, para um país que vai cada vez mais produzir de forma sustentável”. Em sua fala, o diretor homenageou figuras importantes para a história da Unidade e que foram responsáveis por construir grande parte do prestígio que hoje o acompanha, como os ex-diretores Zuleide Alves Ramiro e Antonio Batista Filho (ainda pesquisador do IB), e a funcionária aposentada Maria Stela Santos Marcelino. Marcondes aproveitou para agradecer de forma especial ao corpo de servidores responsável pela manutenção de toda estrutura da Unidade, representado pela servidora Roselaine Bueno, e aos pós-graduandos que seguem contribuindo com o desenvolvimento das pesquisas que impulsionam a área.

A ULR de Controle Biológico tem forte atuação junto ao setor produtivo, orientando a criação e a manutenção das chamadas biofábricas, que desenvolvem produtos biológicos para serem aplicados nas lavouras. Ao todo, mais de 100 empresas em todo o Brasil receberam orientação dos pesquisadores do IB, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará. Os treinamentos para transferência de tecnologia voltada à produção de fungos entomopatogênicos realizados já atenderam cerca de 750 pessoas.A cerimônia contou com a participação da diretora substituta do IB, Nayte Vitiello, e do diretor do CAPSA, Cláudio Marcelo Oliveira. Estiveram presentes diversos membros da comunidade científica dedicados ao controle biológico, incluindo pesquisadores de universidades e da Embrapa, assim como representantes de empresas fornecedoras de tecnologias ligadas à elaboração de bioprodutos e manutenção de instalações voltadas à sua produção.

“Atuamos na transferência de tecnologia e conhecimento a empresas de todo o país. O Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico (Probio) reúne todas as tecnologias e serviços prestados pelo IB, principalmente para as culturas da cana-de-açúcar, soja, banana, seringueira, flores, morango, feijão e hortaliças”, explica o diretor da ULR.

Conforme conta, pela seleção de fungos e produção de biodefensivos é possível controlar, por exemplo, a cigarrinha-da-raiz, um importante praga da cultura da cana-de-açúcar. Cerca de dois milhões de hectares de cana-de-açúcar, no Brasil, já utilizam esta tecnologia, gerando economia estimada em R$ 21 milhões por ano. Outra contribuição marcante da Unidade é a Beauveria bassiana, fungo utilizado no controle da mosca-branca na soja, cujos isolados do IB são utilizados atualmente por 100% das empresas que produzem bioinsumos à base desse microrganismo.

De acordo com o diretor, o mercado mundial de biossoluções pode chegar a US$ 10 bilhões até 2025, segundo projeções do setor privado. “O IB está totalmente alinhado com essa busca pelo binômio sustentabilidade-produtividade”, finaliza Marcondes.

Fonte: Instituto Biológico

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