corona chile

Uma pesquisa conduzida no Chile divulgada na última terça (15) demonstrou que a efetividade da CoronaVac em crianças e adolescentes de seis a 16 anos alcançou mais de 90% contra hospitalizações e internações relacionadas à Covid-19, reforçando a importância da imunização desse público. Este é o primeiro estudo de efetividade da CoronaVac feito em crianças, ou seja, que avalia a eficácia do imunizante com dados do mundo real. Ele foi conduzido pelo Ministério da Saúde chileno, pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, entre outras instituições, e foi publicado na plataforma de preprints SSRN da The Lancet.

“Esse tipo de estudo é essencial, pois reflete os desafios reais de uma campanha de vacinação, como logística e calendário vacinal, e inclui uma população mais diversificada do que os ensaios clínicos controlados”, apontam os autores.

Os cientistas incluíram na pesquisa dois milhões de crianças e adolescentes de seis a 16 anos divididos em dois grupos: imunizados com duas doses de CoronaVac e não vacinados. No grupo coorte total, foram observadas 12.735 infecções por Covid-19, 207 hospitalizações e 30 internações em UTI associadas ao coronavírus.

Resultados

Nas crianças e adolescentes entre seis e 16 anos que tomaram a vacina, a efetividade da CoronaVac foi de 74,5% para prevenir a infecção, 91% contra hospitalizações e 93,8% para evitar internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A efetividade do imunizante contra mortes não foi estimada, pois não foi reportado nenhum óbito nessa faixa etária durante o período do estudo.

Já em um subgrupo de crianças de seis a 11 anos, a efetividade foi de 75,8% contra a doença e 77,9% para prevenir hospitalizações. Nenhuma criança vacinada foi internada na UTI, mas seis crianças que não tomaram o imunizante precisaram de internação. Os números mais baixos em relação ao grupo 6-16 podem ser explicados pelas poucas hospitalizações nesse público durante o período do estudo.

Nas análises, os pesquisadores consideraram características socioeconômicas e demográficas e incluíram indivíduos com comorbidades, como doença renal crônica, diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, HIV, epilepsia, hemofilia, asma, fibrose cística, artrite idiopática juvenil e lúpus.

“Nossos resultados são consistentes comparados ao estudo de efetividade da CoronaVac em indivíduos chilenos maiores de 16 anos, publicado anteriormente em 2021, que atestou eficácia de 95% na prevenção de infecções, 87,5% contra hospitalizações e 90,3% para internações na UTI em adultos”, afirmam os cientistas no artigo.

Vacinação salva a vida de crianças e freia a transmissão do coronavírus

Os pesquisadores chilenos chamam a atenção para os diversos benefícios da imunização de crianças, como prevenir casos graves e mortes nessa população e evitar outras complicações da Covid-19, como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma resposta inflamatória severa do organismo que pode levar à morte.

“A vacinação também pode reduzir a transmissão do SARS-CoV-2 para outras crianças e adultos, o que futuramente pode diminuir a necessidade de intervenções não farmacológicas, como quarentena e fechamento de escolas. Essas intervenções já afetaram a educação e a saúde mental das crianças e têm aumentado as desigualdades”, ressaltam.

Estudos clínicos conduzidos em diferentes países no mundo, como África do Sul, Malásia, Filipinas e Quênia, já demonstraram que a CoronaVac é segura e eficaz para crianças de seis meses a 17 anos, com alta imunogenicidade e sem efeitos adversos significativos. Mais dados científicos sobre a vacina do Butantan podem ser verificados no Dossiê CoronaVac: crianças e adolescentes.

Fonte: Instituto Butantan

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