alba lavras

Morreu ontem (29), aos 94 anos, a Dra. Alba Aparecida de Campos Lavras (foto), pesquisadora aposentada e ex-diretora do Instituto Butantan, que teve participação decisiva na luta pelo reconhecimento e consolidação da carreira de pesquisador científico no Brasil. Ela também empresta seu nome à Medalha Alba Lavras, a mais importante condecoração concedida pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) a profisisonais que se destacam por seu trabalho ou apoio à Ciência.

Alba Lavras nasceu em Ipauçu (SP), em 26 de outubro de 1927, mas em 1939 mudou-se para São Paulo, onde iniciou os estudos. Sua mãe, Adalgisa, morreu muito jovem, em 1941, deixando cinco filhos aos cuidados exclusivos do marido, Francisco de Campos. Após a perda da mãe, Alba começa a dar aulas em um curso de admissão ao ginásio, no Colégio Paulistano.
Em 1946 ingressa na Escola Paulista de Medicina e passa a dar aulas preparatórias para o vestibular. Dois anos depois, paralelamente à Medicina, faz um curso de Bioestatística com o prof. Adolpho Martins Penha, no Instituto Biológico.

No Instituto Butantan, onde ingressa mais tarde, dedica-se à investigação científica, apresentando os resultados obtidos em conclaves científicos, nacionais e internacionais, e publicando-os em revistas especializadas dentro e fora do País. No renomado instituto ocupa o cargo de médica (1954-1977) e de pesquisadora Científica (1977-1997). Nesses cargos, juntamente com a investigação científica, exerce funções administrativas e tem participação direta em associações, sociedades e conclaves científicos.

Ao longo de toda sua carreira, participa de inúmeras bancas examinadoras e da coordenação de concursos para seleção de estagiários e captação de recursos humanos para pesquisa e apoio à pesquisa no Instituto Butantan. Ao proferir palestras para a divulgação da ciência, sempre expressava sua convicção de que cabe a todo profissional, principalmente aos de um país subdesenvolvido (ou em desenvolvimento), não apenas fazer bem o seu trabalho e aprimorar a sua capacitação, mas principalmente lutar pela conquista de melhores condições de trabalho e formação.

A Dra. Alba Lavras foi ainda Membro da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI) e sua presidente (1976-1980). Vale lembrar, que Alba, José Reis e Bernardo Goldman foram os bravos e aguerridos “patronos” da carreira de Pesquisador Científico.

Em luto, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) lamena a perda, estende seus sentimentos aos familiares e amigos da Dra. Alba Lavras e reitera sua gratidão pelo trabalho da pesquisadora científica, que tanta contribuiu e seguirá contribuindo à nossa luta em defesa dos institutos de pesquisa e dos pesquisadores paulistas, assim como da própria ciência brasileira.

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