unnamed 24

O mercado de vinho branco passa a contar com uma nova cultivar de uva branca híbrida para produção da bebida. O Instituto Agronômico (IAC) lançou recentemente a IAC Ribas, caracterizada por cachos com boa conformação e de tamanho médio, bagas redondas, além de sabor neutro bom e coloração levemente âmbar. A estrutura e as características químicas da IAC Ribas a tornam indicada para a elaboração de vinhos tranquilos e espumantes. O IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lançará também o Boletim Técnico IAC Ribas – Cultivar de Uva para Vinhos Brancos, que traz recomendações de manejo para seu cultivo, dentre outras informações. Os lançamentos ocorreram durante o 4º Encontro Enoconexão, realizado de 22 a 25 de novembro, com a participação do IAC também na coordenação do evento, que será híbrido, com parte presencial e outra remota. As inscrições podem ser realizadas pelo site do evento.

A IAC Ribas tem também alto teor de sólidos solúveis, ótima fertilidade de gema e facilidade de manejo de cachos. Produtores de Jundiaí, Jarinu, Bragança Paulista e Indaiatuba já estão comercializando vinhos produzidos com essa cultivar. “Essa cultivar de uvas finas foi desenvolvida para as condições de produção do estado de São Paulo”, diz Mara Fernandes Moura, pesquisadora do IAC. A IAC Ribas é fruto do cruzamento entre as cultivares Syrah e Seibel. Os experimentos foram realizados nos municípios de Jundiaí e Votuporanga.

Segundo Mara, a IAC Ribas é medianamente tolerante ao míldio, ao oídio e à podridão dos cachos, que são algumas das principais doenças que atingem a cultura da videira em praticamente todas as regiões produtoras nacionais. Porém, é recomendado tratamento preventivo.

No ciclo normal de produção, os pesquisadores do IAC recomendam atenção ao início do ciclo, nos meses de setembro e outubro, que ainda apresentam baixas temperaturas noturnas que, se associadas às chuvas constantes, podem estimular o aparecimento de antracnose. No ciclo com safra de inverno, a orientação é fazer a prevenção ao míldio, no início do ciclo de janeiro a março, e ter atenção com o oídio, depois que as chuvas diminuem e as temperaturas diurnas continuam elevadas. “A atenção nessa fase deve ser redobrada quando se tratar de cultivo protegido com cobertura plástica impermeável, pois a condição favorece o aparecimento de oídio e ácaros”, diz a pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Boletim Técnico IAC Ribas – Cultivar de Uva para Vinhos Brancos

O Boletim Técnico IAC Ribas – Cultivar de Uva para Vinhos Brancos estará disponível no site do IAC. A publicação apresenta a nova cultivar de uva para vinho branco, descreve a estratégia de seleção da cultivar e relata suas características genéticas, morfológicas, fitotécnicas e físico-químicas. O Boletim informa também recomendações de manejo para os viticultores.

Cultivos paulistas

O estado de São Paulo é o terceiro maior produtor de uvas do Brasil, com produção de quase 147 mil toneladas na safra de 2021. O estado do Rio Grande do Sul é o líder, seguido pelo estado de Pernambuco. A viticultura de maior expressão no estado de São Paulo é a de uvas rústicas para consumo in natura, com predomínio da cultivar Niagara Rosada, que reúne perto de 90% das uvas rústicas do mercado paulista. Ressalta-se, porém, que a viticultura paulista está expandindo para outras regiões, que atualmente estão produzindo outras cultivares.

De acordo com os pesquisadores do IAC, há duas espécies de uva com perfil comercial: a Vitis vinifera, conhecida como uvas europeias ou “uvas finas” para consumo in natura e elaboração de vinhos finos; e a Vitis labrusca, que são as uvas americanas ou “uvas rústicas” para consumo in natura, frutas desidratadas e elaboração de vinhos de mesa e sucos de uva. As cultivares americanas, bem como as híbridas, destacam-se nos vinhedos brasileiros por suas características vegetativas, que melhor se adaptam às diversas condições climáticas do Brasil.

Fonte: Assessoria de imprensa – IAC

Compartilhar: