Desenvolvimento sustentável ou extinção humana
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
CAPÍTULO VI – DO MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O ser humano faz parte da natureza. Somos feitos de carne e osso, e precisamos de alimentos, água e ar em quantidade e qualidade mínimas para a nossa sobrevivência. A origem destes recursos sempre é o meio ambiente. De fato, para suprirmos todas as necessidades da humanidade, dependemos do meio ambiente, como energia, saúde, moradia, educação, lazer, assim como as comódities para os setores industriais. Podemos então inferir que o meio ambiente é o nosso maior e mais importante patrimônio.
Em virtude disso, é fundamental que usemos os recursos naturais de forma sustentável, ou seja, utilizando os componentes do meio ambiente de modo que não causem a diminuição ou extinção destes recursos, garantindo assim, a sua perpetuação para o usufruto das futuras gerações.
Infelizmente, o egoísmo da nossa geração e das gerações passadas, justificado pelo desejo imediatista de lucro, poder e conforto muito acima das nossas necessidades, nos levou a crer que a natureza sempre nos daria tudo e nunca nos cobraria nada. O nosso planeta é um espaço limitado, portanto os seus recursos também o são. O meu professor e orientador da UNESP de Botucatu, o saudoso Dr. Jorge Jim, me alertou que estamos criando rios como o Tietê, mas não podemos beber a sua água. A evolução humana não é rápida o suficiente para que o nosso organismo esteja adaptado ao ambiente que estamos criando.
As pessoas ainda não perceberam que nós estamos sujeitos às leis da seleção natural. A seleção natural se dá por meio de pressões seletivas. Se não estivermos aptos para responder positivamente a essas pressões seletivas, fracassaremos como espécie, ou seja, seremos extintos. A cada dia, essas pressões estão mais fortes. O aquecimento global, a poluição generalizada, a pandemia de Covid-19 (e outras mais que certamente virão), o crescimento populacional descontrolado, o êxodo de milhares de pessoas famélicas para a Europa e EUA (onde ainda abundam recursos), o desmatamento desnecessário e a consequente destruição de biomas em todos os continentes não são preocupações para as gerações futuras. São fatos que nos atingem hoje!
O desenvolvimento sustentável e a justiça social são as nossas únicas saídas. Somos parte da natureza. O que fazemos a ela, fazemos a nós. Portanto, façamos cada um a sua parte hoje e comecemos a cobrar do vizinho, empresário, fazendeiro, vereador, prefeito, deputado, governador, presidente… Políticos que não têm compromissos com o desenvolvimento sustentável e com a justiça social não merecem votos! São parte do problema, não da solução.
Francisco Luís Franco é pesquisador do Instituto Butantan
Artigo publicado originalmente no jornal “O Fato”, de Rancharia (SP).
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