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Foi publicado hoje (17), no Diário Oficial do Estado de São Paulo, decreto do governador João Doria de criação do Instituto de Pesquisa Ambiental (IPA). Teoricamente, o novo instituto vai unificar três instituições centenárias de pesquisa científica: o Instituto Geológico (IG), de 135 anos; o Instituto Florestal (IF), de 125; e o Instituto de Botânica (IBt), de 124.

Embora a fusão dos institutos seja uma ideia aventada desde a década de 1990, ela só foi possível com a promulgação da Lei 17.293, em outubro de 2020, parte do pacote de ajustes fiscais que, desconsiderando o retorno social dos institutos de pesquisa ao Estado de São Paulo, extinguiu diversas entidades vinculadas ao poder público, entre elas a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen).

Juntos, os três institutos que acabam de se fundir contam com 727 funcionários, incluindo 140 pesquisadores, que aguardam para saber o que será feito do trabalho que vinham desenvolvendo em suas entidades de origem. Os institutos de Botânica, Florestal e Geológico possuem missões distintas que não justificam a sobreposição de suas atribuições. Tal medida, tomada pelo governo sem consulta à comunidade científica, tem sido alvo de protestos da sociedade civil organizada.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) divulgou moção assinada por várias pessoas e entidades e dirigida ao governador. O documento qualifica a extinção dos institutos como um “retrocesso ambiental” sem precedentes, que poderá trazer “sérias ameaças para o futuro da qualidade ambiental paulista.” Nós, da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), apoiamos a moção e nos juntamos aos seus mais de 300 signatários em protesto ao desmonte dos institutos de pesquisa em curso.

A APqC informa aos seus associados e à comunidade científica em geral que entrou com uma ação civil pública contestando a reestruturação que se promove nos institutos ligados à Secretaria do Meio Ambiente e está em fase final da preparação de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra a Lei 17.293, que determinou a extinção das instituições públicas e sua consequente fusão em uma nova unidade administrativa. Não mediremos esforços, dentro da legalidade, para barrar este retrocesso.

João Paulo Feijão Teixeira, presidente da APqC (Gestão 2020-2021)

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